segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Esperança nunca deve morrer.

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“(...) Lá bem no alto do décimo segundo andar do ano
Vive uma louca chamada Esperança (...)”

Nos versos de Mário Quintana, fui buscar inspiração para minha mensagem de final de ano para os leitores de minha coluna em O Timoneiro e do Jornal Bom Dia, pois é um período de profunda reflexão para mim e para muitos, aliás, deveria ser para todos.

Avaliar ações, sentimentos, condutas e relações em uma realidade maluca que não dá espaço para reflexões fica difícil. Enfim, passamos a ser meros robôs de uma engrenagem que exige que funcionemos, e, sem reclamar e nem pensar, vamos tocando a vida como que empurrados pela loucura do dia-a-dia.

Acordamos e funcionamos em uma rotina que quase nunca muda. É tudo programado e nós temos que nos ajustar, senão passamos a não servir mais e nos tornamos obsoletos para os senhores da vida.

Eu, um contestador nato, luto e reluto contra isso, mas devo confessar que acabo na maioria do meu tempo a sucumbir à rotina de uma vida sem graça e sem objetivos.

Esperança
Mas, pelo menos uma vez por ano, eu me dou uma chance de parar para refletir e fiz isso no dia de Natal: mais uma vez fui buscar refúgio no Natal sem consumo e rumei para Lomba Grande, fui atrás da Esperança, na Comunidade Terapêutica Fazenda Renascer.

Já é o sexto Natal que passo por lá, deixo minha família e vou ter com pessoas que, como eu, estão por lá para sair da loucura e das trevas que o consumo abusivo das drogas nos levou.

No Natal da Renascer não existe presentes, afinal, o maior dos presentes está entre nós, é Jesus Cristo, pois ele mesmo disse: “onde houver duas ou mais pessoas falando em meu nome, lá Eu estarei presente”.

E ainda mais é Dele também o dito: “Eu vim para os perdidos”, e eu tenho certeza disso, pois aconteceu comigo e com muitos dos companheiros que passaram e por lá estão hoje.

Passar o Natal lembrando de como eu estava há quase sete anos atrás renova minhas esperanças de dias melhores, pois é não esquecendo de onde vim, que me torno uma pessoa melhor.

A família Renascer é a família do aprendizado e do bem conviver, e a prática é aqui fora com a minha família. E em relação a essa eu ainda tenho muito que me esforçar para ser uma pessoa melhor. A sociedade de hoje não nos deixa e nem nos dá tempo de crescermos como pessoa.

Mas, como a louca chamada Esperança, eu acredito que as coisas vão melhorar sempre, pois também passei a fazer parte da família Esperança quando escolhi uma recuperação em meu comportamento e, com isso, conseguir me libertar das amarras da dependência do álcool e das drogas.

E é com essa Esperança que me apoio para desejar um ano de 2012 melhor para todos nós, um ano em que, se Deus quiser, possamos passar a conversar mais, refletir mais, nos amar e compreender mais.

E se der, que possamos parar os loucos na rua e perguntar quem são eles e talvez receber resposta surpreendente:

“(...)Preciso lhes dizer tudo de novo?
O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA! (...)”

Feliz Ano Novo para todos.
Marco Leite.



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Equipe A.R.C.A.
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Coordenador: Tadeu Assis - Técnico em Dependência Química.
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