terça-feira, 9 de novembro de 2010

ARRAIAL DO CABO RIO DE JANEIRO BRASIL

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BRASÃO DE ARRAIAL DO CABO



Paraíso do Atlântico, como é chamada por seus habitantes, Arraial do Cabo reúne algumas das mais belas paisagens de nosso litoral: dunas, restingas, lagoas, praias e costões paradisíacos. Toda esta natureza, junto com o jeito simples de seu povo, sua arquitetura e tamanho de cidade do interior, a apenas 140 km do Rio de Janeiro, fazem desta cidade um convite ao turista. Mas para os mergulhadores Arraial revela um tesouro: seu fundo do mar.

As praias de Arraial do Cabo são propícias ao banho de mar, a pesca e a prática de esportes náuticos. O clima é quente e úmido, com temperatura média de 25 graus no verão e entre 17 e 23 graus no inverno. Quem chega a Arraial do Cabo, mesmo que não mergulhe já percebe que o mar é a principal atração turística da cidade.

Nossa cidade conta hoje com atrativos bastante diferentes dos que antes traziam tantos viajantes aos seus braços, em busca de segurança ou de pau-Brasil. Com um mar extremamente rico, a pesca é uma atividade desempenhada tanto pelos que vivem dela, quanto por aqueles que a praticam como hobby.

A PRE HISTÓRIA
A história de Arraial do Cabo começa há um milhão de anos, quando, pela ação dos ventos e de correntes marítimas, foram incorporadas ao continente três antigas ilhas, hoje morros do Mirante, do Forno e Pontal do Atalaia.

Seus primeiros habitantes humanos chegaram há cerca de cinco mil anos. Eram os nômades, que viviam em grupos no alto dos morros e desciam apenas para buscar alimentos, basicamente peixes e moluscos.

Mais tarde, vieram os índios da grande nação tupi-guarani. Tribos Tupinambás habitavam toda a área correspondente ao Estado do Rio de Janeiro, e, nas terras onde surgiria Arraial, eram representados pelos tamoios. Estes, mais avançados que os nômades, viviam em aldeias, caçavam, plantavam mandioca, faziam peças de cerâmica e enfeitavam-se com penas.

O pescado, os crustáceos e os moluscos formavam o "cardápio" destes indígenas, mas também a cultura da mandioca e a caça eram utilizadas para complementar sua alimentação. Destaca-se ainda, na cultura tupinambá, a confecção de peças de cerâmica. Segundo estudos arqueológicos, havia cerca de 50 aldeias tupinambás na região, estimando-se uma população que poderia variar de 25.000 a 75.000 habitantes antes da conquista européia.

Isto pode ser comprovado a partir de diversos restos arqueológicos catalogados em toda a região, que é composta de diversos sambaquis (sítios arqueológicos com esqueletos e artefatos).

Arraial do Cabo está sobre sítios arqueológicos de extrema valia para o estudo da história da região, tendo fornecido diversas peças para o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

(Podemos receber uma emocionante aula arqueológica, através das peças recolhidas no município e expostas no Centro Cultural Manoel Camargo ao lado da Prefeitura)

A BATALHA HISTÓRICA:
A partir daí, o próximo episódio registrado pelos historiadores é a Guerra de Cabo Frio, que aconteceu em 1575, como reação dos portugueses à intensa pirataria promovida por franceses, ingleses e holandeses. Antônio Salema, Governador do Rio de Janeiro na época, reuniu um exército português apoiado por uma tropa de índios catequizados, com o objetivo de acabar com o domínio franco-tamoyo que já durava 20 anos em Cabo Frio. Temendo perder sua terra, os índios Tamoyo se aliaram aos franceses, mas foram praticamente dizimados por conta da insurreição. As tropas vencedoras assassinaram a sangue frio cerca de 500 guerreiros Tamoyos e mais de 1.500 índios foram escravizados, foram enforcados dois franceses, um inglês e o Pajé tupinambá. Além disso, entraram pelo sertão queimando aldeias e matando milhares de Tamoyos.

A guerra de Cabo Frio resultou na expulsão dos franceses e no extermínio de dez mil guerreiros Tamoyos, sendo o restante destes escravizados pelos colonizadores. Outros piratas europeus, principalmente ingleses e holandeses, no entanto, continuaram a piratear o pau-Brasil, causando mortes desumanas e que se provaram inúteis, uma vez que a escassez de colonização no litoral fluminense (não houve interesse dos portugueses de colonizar Cabo Frio após este massacre). Continuou sendo alvo fácil e lucrativo dos corsários europeus.

A CHEGADA DO PROGRESSO:
Importantes acontecimentos marcaram o século XIX na história de Arraial. Foi construído um Telégrafo, em 1814, num dos pontos mais altos do morro do Pontal do Atalaia.

Suas ruínas atraem, até hoje, inúmeros turistas ao local, de onde avista-se a Ilha do Farol.

Nesta foi construído, a mando do imperador D. Pedro II, em 1833, o antigo Farol. A Obra foi concluída em 1836, mas desativada alguns anos depois pela constância de densa neblina naquele ponto da ilha. Em 1861, foi inaugurado o Farol Novo, com torre de 16 metros, que seria modificado apenas em 1925.

O século XIX foi marcado ainda por uma tragédia - o naufrágio da fragata inglesa Thetis - e pela visita de D. Pedro II, aos 21 anos. A fragata, que trazia a bordo um milhão de pesos espanhóis, foi lançada contra os rochedos da Ilha do Cabo, em 1830, causando a morte de 28 pessoas. D. Pedro II e sua esposa, Dona Teresa Cristina, passaram 4 horas do dia 25 de Abril de 1847 em Arraial, percorrendo a Praia dos Anjos, visitando a Igreja de N.S. dos Remédios e as salinas do alemão Luiz Lindberg, partindo em seguida para Cabo Frio, Araruama, São Gonçalo e Niterói.

Junto com o sabor de Liberdade do fim da escravatura, em 1888, veio um grave colapso econômico, sofrido por toda a região e só recuperado totalmente no século XX, com o desenvolvimento da extração salineira, do turismo e da indústria química. Com a implantação da Cia. Nacional de Álcalis, em 1943, cresceram ofertas de empregos (atraindo numerosos trabalhadores de outras regiões), e arrecadação municipal de ICMS. O complexo industrial da Cia. Nacional de Álcalis abriu salinas e passou a extrair conchas na lagoa para a produção de barrilhas.

Vieram as estradas de ferro e, rodovias e por elas, novas culturas, os primeiros visitantes, o progresso. A inauguração da Ponte Rio-Niterói, em 1973, deu início à fase atual de turismo de massa. Com o tempo, construiu-se um local de atração turística para cariocas, mineiros, paulistas e capixabas (hoje visitantes de todo o país) com clubes, diversões aquáticas, hotéis e restaurantes.

Emancipando-se de Cabo Frio em maio de 1985, Arraial do Cabo dá mais uma acelerada. O mês de maio, daquele ano, até hoje representa, para todos, um marco, pois foi quando a cidade começou a se empenhar para transformar o Turismo em indústria viável e sólida. A criação do município de Arraial do Cabo representa um momento significativo e importante para o desenvolvimento de um pólo regional não apenas para o turismo interno, mas também para o externo.

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                       Ilha do Farol



PRAINHA



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