RIO - Um vazamento de gás perto do centro de controle de aproximação do Aeroporto Internacional Tom Jobim provocou a suspensão de pousos e decolagens, inclusive no Aeroporto Santos Dumont, entre 10h40m e 11h15m desta quinta-feira. De acordo com a Aeronáutica, operários de uma empresa terceirizada realizavam obras no solo quando perfuraram, acidentalmente, um encanamento de Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, que é altamente asfixiante. O vazamento atingiu o ambiente de trabalho dos controladores de voo por um sistema de ar-condicionado, e o local teve de ser esvaziado. Até as 14h, dos 75 voos previstos para o Tom Jobim, 11 estavam atrasados e nove haviam sido cancelados. Das 83 partidas programadas no Santos Dumont, dez sofreram atraso e 15 foram canceladas.
O administrador de empresas Marcelo Martins ia embarcar com a mulher para Salvador às 11h15m, mas, por causa do incidente, teve de remarcar a viagem.
- Fomos colocados em um outro voo, com conexão em Aracaju. Lá se vão mais duas horas de espera. Esses contratempos estão sempre acontecendo no Rio. Fico preocupado ao pensar na situação dos aeroportos na época da Copa do Mundo, em 2014. Imagine como vai ser? - criticou Martins.
Controladores usam máscaras Acompanhada de um estrangeiro, a esteticista Paula Makai disse que estava constrangida com a situação no aeroporto internacional do Rio. Ela se preparava para embarcar com o amigo e os filhos rumo a Curitiba quando foi informada que seu avião não partiria no horário previsto.
- Avisaram que tinha ocorrido um problema na torre de controle e que não havia qualquer previsão para a partida. As crianças estão impacientes e, para piorar, não sei explicar ao meu amigo porque as coisas são desse jeito no Brasil - lamentou Paula.
Segundo a Aeronáutica, às 11h15m, controladores de voo voltaram ao trabalho com máscaras antigás, que foram usadas até 11h50m. Com o tráfego aéreo retomado, quem desembarcava no Tom Jobim também tinha reclamações para fazer.
Quando estavam sobrevoando a cidade de Barbacena, em Minas Gerais, passageiros de um avião que decolou às 7h de Timbau, no Rio Grande do Norte, foram informados sobre o vazamento de gás e a impossibilidade de pouso no Rio.
- Ficamos uns 20 minutos voando perto do aeroporto, aguardando permissão para descer. Além do cansaço da viagem, tivemos de enfrentar momentos de tensão, ninguém sabia se conseguiríamos pousar - contou a autônoma Rita de Cássia, que desembarcou por volta das 12h30m.
Para o coordenador de importações Wanderson Rangel, que partiu de São Paulo, faltaram informações precisas sobre o incidente.
- Disseram que havia um problema de fluxo entre aeroportos. Só soube do vazamento de gás pela internet - revelou Rangel.
Como o centro de controle de aproximação do Tom Jobim recebe e transmite dados sobre o tráfego aéreo de toda a cidade, pousos e decolagens no Aeroporto Santos Dumont também foram interrompidos por 35 minutos.
Entre os passageiros com voos programados no Santos Dumont que foram afetados pelo problema estavam os jogadores do Paraná Clube, que enfrentaram o Botafogo na noite de quarta-feira, pela Copa do Brasil, no Engenhão. Eles, que perderam o jogo pelo placar de três a zero, partiriam rumo a Curitiba ao meio-dia, mas o voo foi adiado para as 17h.
Ministro diz que incidente ‘é normal’ No Rio para participar de uma conferência sobre a posição do Brasil no cenário global, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, minimizou o incidente, que, segundo ele, é “normal”.
- A empresa que está trabalhando (nas obras) acabou perfurando um cano de gás, mas já está tudo resolvido. Isso é uma coisa normal. Acontece em qualquer lugar do mundo - disse Jobim pouco antes de participar da conferência internacional no hotel Copacabana Palace.
O fechamento dos aeroportos do Rio repercutiu nas mídias sociais. No Twitter, vários internautas comentaram o assunto.
A usuária do perfil @prisooliveira desabafou: “Hoje o dia está estranho. Já teve massacre, aeroporto fechado... tá bom de mudar de dia”. Já internauta que se identifica como @DeniseMartinss lamentou a série de problemas que ocorreram nesta quinta-feira: “Assassinato em colégio, aeroporto fechado, terremoto no México e no Japão... 7 de abril tá que tá hein?”.
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