sexta-feira, 6 de maio de 2011

Grupos gays comemoram decisão do STF e programam celebração da vitória

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Ganhamos um presente antecipado de aniversário  E os homossexuais têm que comemorar mesmo – festejou Júlio. – Será um pacote de eventos:  dia 17, no Dia Mundial de Combate à Homofobia, esperamos fazer uma caminhada na orla de Copacabana. Dia 22, o Arco-Íris fará festa na Boate 1140, em Jacarepaguá, e dia 24, haverá outra no Bar Sinônimo, na Lapa.
Sobre a vitória no STF, Júlio Moreira lembrou que há 15 anos os homossexuais lutavam para conquistar esses direitos no Congresso.
– Em 1995, a deputada federal Marta Suplicy apresentou no Congresso um projetodefendendo a união estável entre homossexuais – lembrou Júlio. – Mas a má vontade de deputados ligados a entidades religiosas fez o projeto tramitar por anos até ser engavetado.
Presidente do Conselho Estadual LGBT e coordenador do programa Rio Sem Homofobia da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, Cláudio Nascimento sintetizou a vitória no STF.
– Se na hora de pagar impostos, os gays e lésbicas pagam como os héteros, por que na hora de ter direitos há diferenças? – indagou. – Essa votação é um marco histórico para o Brasil. O grau civilizatório de um país pode ser medido pela forma como ele trata os homossexuais. 
Entre os direitos conquistados pelos gays estão a comunhão de bens, pensão alimentícia, pensão do INSS, planos de saúde e herança.
Carlos Tufvesson, estilista e assessor de Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, destacou o pioneirismo do Rio no assunto.
– É uma decisão histórica na luta pelos direitos civis e humanos no Brasil. E o Rio é vanguarda porque a decisão do Supremo foi tomada a partir de uma representação do governador Sérgio Cabral.
CNBB não reconhece vitória
No entanto, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que este ano elegerá uma nova diretoria, não reconhece a decisão do STF a favor da união estável  dos gays.
Porta-voz da 49ª Assembleia Geral da CNBB, que acontece até dia 13, em São Paulo, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, disse que a Igreja defende a família como instituição formada por homem e mulher, capaz de gerar filhos, e não a união estável de casais gays.
– A Igreja sempre defende e defenderá o direito das pessoas porque é contra a exclusão. No entanto, a família é uma entidade que vem do direito natural.
Para dom Edney Gouvêa Mattoso, bispo diocesano de Nova Friburgo, a decisão do STF não vai alterar o conceito da Igreja sobre a união de casais homossexuais.
– A Igreja vai continuar defendendo os direitos da família e a nossa fé. Isso também é liberdade. Uma coisa é a união civil, outra é o casamento, que é um sacramento da Igreja.
Já o arcebispo de Maringá (PR), o gaúcho dom Anuar Battisti, ressaltou que chamar de casamento a união entre homossexuais representa uma “agressão frontal” à família.
– As pessoas estão institucionalizando a destruição da família – disse ele, durante a Conferência que acontece em Aparecida, no Vale do Paraíba.
Sobre a adoção de crianças por pais do mesmo sexo,  dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar de Belo Horizonte, foi taxativo. 
– A adoção é um serviço da mais alta nobreza. Só não aceitamos fazer a equiparação com a família. Não é família. É uma comunidade de pessoas – comparou o bispo.


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