O número de manifestantes mortos nesta sexta-feira pelas tropas sírias subiu de três para ao menos 30, segundo ativistas, em mais um dia de protestos antigoverno pelo país árabe.
Testemunhas relatam que, na cidade de Homs (centro), ao menos oito pessoas morreram quando as forças de segurança atiraram contra a multidão durante uma manifestação.
Há relatos de vítimas fatais em outras partes do país.
Os protestos desta sexta ocorrem um dia depois de o presidente americano, Barack Obama, pedir em discurso que o líder sírio, Bashar Al-Assad, promova a transição à democracia ou “deixe o poder”.
A Síria está desde meados de março convulsionada por manifestações pró-democracia, que têm sido reprimidas com dureza pelo regime.
“O governo sírio tem de parar de atirar contra manifestantes e permitir protestos pacíficos”, disse Obama na última quinta-feira, em um discurso sobre o Oriente Médio e o norte da África.
Em resposta, Damasco acusou Obama de se meter “em assuntos internos da região, inclusive da Síria”, e disse que o discurso do americano estava acirrando os ânimos.
Desde março, ao menos 850 pessoas morreram durante as manifestações anti-Assad, relatam grupos de direitos humanos.
‘Táticas’
Em Homs, uma testemunha disse à BBC Árabe que os protestos tomaram as ruas logo após as preces de sexta-feira, como tem ocorrido nas últimas semanas.
“A surpresa hoje (sexta) é que as forças de segurança estão recorrendo a diversas táticas para dispersar as pessoas, como atirar contra a multidão e dirigir veículos no meio dos protestos”, disse a testemunha.
Na cidade costeira de Baniyas – palco de forte ofensiva de soldados e tanques sírios no início do mês -, uma ONG afirma que os protestos desta sexta foram um dos maiores já registrados no local.
Há relatos de que os manifestantes foram reprimidos com gás lacrimogêneo em cidades como Hama e Maarat al-Numan (norte).
A verificação dos relatos é dificultada pelo fato de a Síria não permitir a entrada de jornalistas no país.
A atual onda de protestos na Síria, inspirada nos levantes pró-democracia que derrubaram os governos de Tunísia e Egito, é considerada o maior desafio ao regime de Assad desde que ele sucedeu seu pai, Hafez Al-Assad, em 2000.
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