A constatação é alarmante: dois em cada dez jovens universitários (cerca de 22%) correm o risco de desenvolver dependência de bebida alcoólica. O pior ainda é que a maioria acredita estar acima dos malefícios do consumo abusivo do álcool.
Esses dados, extremamente preocupantes, fazem parte do 1º Levantamento Nacional Sobre o Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas, feito entre universitários das 27 capitais brasileiras e coordenado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
O professor Arthur Guerra, do Departamento de Psiquiatria da USP e um dos pesquisadores, informa que “a aceitação da bebida entre os universitários é tão grande que a maioria acha que está imune aos problemas causados”.
Arthur Guerra analisa: “Trata-se da dependência silenciosa dos universitários. Já desconfiávamos do uso excessivo, mas não tínhamos essa constatação. Ficamos impressionados. Praticamente todos dizem que fazem uso moderado de bebidas alcoólicas e acham que estão acima de qualquer risco. É um padrão bastante grave”, adverte.
Importante ponto observado pelo estudo é que os pesquisadores classificam de “beber pesado episódico” ou binge drinking, em inglês. O termo remete ao consumo de cinco ou mais doses de bebida alcoólica na mesma ocasião.
Ainda de acordo com o professor Guerra, “Os universitários brasileiros do sexo masculino tomam até cinco latas de cervejas em duas horas, enquanto as mulheres consomem o conteúdo de quatro latas de 350 mililitros no mesmo período”.
Um hábito até então desconhecido pelos pesquisadores relaciona o nível de estresse das mulheres e a combinação de substâncias perigosas em festas universitárias.
Também o uso de tranquilizantes associado ao consumo de álcool ou cocaína foi considerado fator surpresa na pesquisa, já que 12% das estudantes (principalmente do Sudeste) admitiram ingerir comprimidos de calmantes na tentativa de desacelerar os batimentos cardíacos. Entre os homens o índice é de 5%.
“O uso repetitivo pode criar quadro de dependência. Logo torna-se doença e os dependentes viram verdadeiros escravos das drogas”, concluiu o professor Guerra.
O estudo, finalizado na metade do ano, concluiu que, embora haja existência comprovada de drogas lícitas, ilícitas e psicoativas dentro dos campus das universidades, não existe exigência legal na rede de ensino do País que obrigue a criação de programas com focos de prevenção em relação ao uso demasiado de substâncias tóxicas entre os universitários.
De acordo com a pesquisa, a iniciativa depende da vontade política e pedagógica das instituições públicas e particulares.
Das universidades que participaram da coleta de dados, apenas 28% apresentaram programas voltados ao consumo de drogas dos estudantes, porém, sem delineamento que abranja múltiplas frentes de trabalho e não apenas o aluno.
O psiquiatra e professor Arthur Guerra salienta o valor de uma possível parceria com o governo para frear o aumento do consumo irresponsável de drogas e suas consequências. Para ele, “A pesquisa serve de base ao governo e às instituições que não têm programas de prevenção.
É preciso oferecer palestras e orientações para proibirem o uso de drogas dentro de universidades, além de se unirem para buscar líderes entre os estudantes, até porque é de interesse dos jovens saber das consequências maléficas que podem comprometer a vida sexual e afetiva deles, além do desempenho escolar”.
Foram entrevistados 18.000 universitários de 114 instituições públicas e privadas das 27 capitais, de um total de 5,8 milhões de universitários. Dos entrevistados, 49% já experimentaram alguma droga ilícita; 86% já experimentaram álcool, 46% já fumaram cigarro e 26% maconha.
A maconha é a droga mais usada por 34% dos homens e 19% das mulheres.
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“Uso de drogas existe solução”.
Tadeu Assis - Técnico em Dependência Química.
- Projetos de Prevenção e Palestras em escolas e empresas.
- Tratamento: Modelo Misessota – 12 Passos- TCC.
- Acompanhamento terapêutico e Cursos de Capacitação.
Contato: (22) – 9914.3450
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