Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Sergipe, Tocantins. Estes 16 Estados fazem parte do novo mapa de risco da dengue no Brasil, divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde e considerados com risco muito alto de epidemia.
O levantamento anterior continha dez Estados. Os que entraram foram: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Apenas o Amapá deixou de fazer parte da lista de risco muito alto, mas ainda é considerado com risco alto para a dengue, assim como o Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima. O ministério recomenda que estes Estados reforcem suas ações de prevenção e combate à doença.
Os planos de contingencia nos Estados com risco muito alto de epidemia serão acompanhados por equipes do ministério para garantir a qualidade e rapidez no atendimento à população afetada.
O mapa de risco foi elaborado com base em seis critérios: incidência de casos nos anos anteriores; índice de infestação; tipos de vírus em circulação; incidência atual de casos; cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo; densidade populacional.
De acordo com os dados das Secretarias Estaduais de Saúde, cinco Estados apresentam aumento no número de casos da doença: Amazonas, Acre, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo.
Risco de surto
O Ministério da Saúde ainda não consolidou os números da dengue no País em 2010, mas a estimativa é que os casos tenham chegado a 1 milhão, sendo 15,5 mil casos graves, que exigiram hospitalização. O número de óbitos foi a 550.
Estudos realizados pelo ministério mostraram um público mais jovem entre os hospitalizados pela dengue e que os óbitos resultam principalmente da falta de atenção aos primeiros sintomas.
"Mais de 90% dos óbitos foram de pessoas que não procuraram a rede de atenção primária da saúde. Os sintomas foram se agravando para só depois elas procurarem um centro de emergência", disse o ministro Alexandre Padilha.
Por conta disso, ele aconselha a população a procurar a unidade de saúde mais próxima de seu trabalho ou residência logo no surgimento dos sintomas: febre alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas. "Procurar a unidade mais próxima do trabalho e da residência é fundamental."
A análise dos dados dos municípios aponta também 24 cidades com risco de surto de dengue, incluindo duas capitais: Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO). No Acre, Epitaciolândia também tem risco de surto. No Amazonas, o município de Humaitá, na Bahia, os municípios de Ilhéus, Itabuna e Simões Filho.
Em Minas Gerais, as cidades de Caetanópolis, Governador Valadares e Santa Cruz de Minas estão na lista; no Rio Grande do Norte, Caicó, Ceará-Mirim, Mossoró e São Miguel. Pernambuco tem dez municípios na condição de risco: Afogados da Ingazeira, Araripina, Bezerros, Camaragibe, Floresta, Ouricuri, Pesqueira, Santa Cruz do Capibaribe, Serra Talhada e Timbaúba.
O levantamento divulgado em outubro do ano passado tinha 15 municípios com risco de surto de dengue. Rio Branco e Porto Velho já faziam parte da lista. Para ser considerada uma cidade com risco de surto, mais de 3,9% dos domicílios pesquisados devem ter apresentado larvas do mosquito.
Investimentos
O Ministério da Saúde destinará mais de R$ 60 milhões para ações de combate à dengue na temporada de verão. A maior parte desses recursos será empregada na campanha de mídia para conscientizar o cidadão sobre a importância de não deixar água acumulada. Para a campanha serão destinados R$ 40 milhões.
Outros R$ 10,1 milhões serão usados na compra de inseticidas e larvicidas. R$ 6,9 milhões vão para compra de equipamentos e veículos, R$ 2,29 milhões para aquisição de kits para diagnóstico da doença e R$ 2,12 milhões para a compra de medicamentos.
Mais duas fontes de recursos acabam também tendo dinheiro destinado ao combate à dengue: R$ 25 milhões utilizados para reforçar as unidades de saúde ainda no ano passado e o piso financeiro de vigilância e promoção da saúde, equivalente a R$ 921 milhões, que é dividido para os municípios e podem ser direcionados para ações específicas contra a dengue, se necessário.
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