Cerca de oito mil brasileiros, moradores de quatro capitais do Brasil, vão participar de testes da nova vacina contra a dengue a partir de abril de 2012: Natal, Goiânia, Fortaleza e Campo Grande. Essa será a terceira e última fase dos testes no Brasil. O anúncio foi feito ontem pela Sanofi Aventis, farmacêutica que desenvolve o imunizante.
Como noticiado no dia 3, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com a empresa, já está testando a vacina em 150 voluntários, com idades de 9 a 16 anos, em Vitória. Até ontem, cerca de 50 jovens capixabas já haviam tomado a 1ª dose do imunizante. Essa etapa do teste tem previsão para acabar no fim de outubro.
No total, serão 3 injeções, com intervalo de 6 meses entre cada uma. Segundo o vice-presidente de Desenvolvimento Clínico para a América Latina do laboratório, Fernando Noriega, a vacina será capaz de neutralizar os quatro sorotipos de dengue "por alguns anos".
Testes semelhantes aos que estão sendo realizados no Brasil começaram a ser desenvolvidos em 4 mil crianças tailandesas, com idades entre 4 a 11 anos. Os resultados sobre a eficácia da vacina no serão divulgados no final de 2012.
O diretor do núcleo de doenças infecciosas da Ufes, Reynaldo Dietze, explica que a opção por fazer os testes em crianças e adolescentes deve-se à 'migração epidêmica': a partir de 2000, os casos de dengue no Brasil e no mundo acometeram, principalmente, menores de 18 anos. Em 2010, mais de 25% dos casos de dengue no Brasil aconteceram em menores de 15 anos. "Eles são mais vulneráveis, uma vez que não tiveram contato com alguns tipos de dengue", explicou.
No mundo
A pesquisa faz parte de estudo que envolve outros 5 mil voluntários em vários países. Por enquanto, no Brasil, nenhum voluntário teve qualquer reação adversa. Já nos outros países, houve relatos de efeitos semelhantes aos de outras vacinas: febre e mal-estar leves.
"Os voluntários tinham entre 2 e 45 anos. Conseguimos identificar resposta imunológica equilibrada contra os quatro sorotipos após três doses. Estamos muito confiantes e esperamos que ela esteja disponível ao público o quanto antes", comemorou Noriega.
A Sanofi-Aventis está mais adiantada no trabalho, mas há mais dois laboratórios desenvolvendo o imunizante: o americano NIH, em parceria com o Instituto Butantan (SP); e Glaxo SmithKline, junto com a Fiocruz. O Ministério da Saúde não tem previsão de quando a vacina chegará ao público.
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