quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Messi dá aos argentinos o que o Brasil não tem

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Quem tem o melhor do mundo sempre pode esperar mais. Pode pensar além dos 90 minutos. Quem tem Messi pode vencer aos 91, como venceu o Brasil no Catar (1 a 0), pode “quase” marcar aos 39 minutos, quando o chute de esquerda passou raspando o ângulo direito de Victor.
Quem tem Ronaldinho precisa ter Messi. O 10 argentino faz a diferença. O brasileiro, ao menos na Seleção, nunca fez, sempre foi coadjuvante. Desta vez atuou 73 minutos, nunca brilhou, nunca fez nada diferente, salvo uma jogada de calcanhar que o goleiro Romero pegou sem dificuldade.
O 1 a 0, porém, não mostra como foi o jogo. O Brasil merecia no mínimo o empate – se bem que as duas seleções, pela história que têm, jamais deveriam terminar uma partida empatadas. São as duas grandes seleções do planeta.
O gol de Messi nasceu num contra-ataque, depois que Douglas perdeu uma bola no meio. Ronaldinho perdeu a mesma bola no primeiro tempo, só que o gol não nasceu. O jogador hábil, criativo, que busca a jogada pessoal, às vezes perde o controle da bola. É comum, normal, está no DNA do jogador que arrisca, que tenta fazer a diferença. Não há solução para casos assim. Claro, é preciso sempre atenção, muita atenção, mas ao arriscar a jogada, ele pode perder a bola – como pode ganhar e colocar o companheiro na cara do gol.
Mas o que definiu o jogo, bom jogo, pegado, disputado, foi uma espetacular jogada individual do melhor futebolista do mundo. Messi é espetacular. Aprendeu um pouco com Ronaldinho no glorioso Barça da metade da década. Pode ensinar muito na próxima década.
Gostei da defesa brasileira, Victor fez duas grandes defesas antes que o juiz anulasse as jogadas, o meio-campo foi forte, combativo. Não gostei do ataque, nem dos “inhos”, Robinho e Ronaldinho. Acho que o tempo deles passou. Não gostei de Neymar, um enfeitado que, às vezes, se joga, que voa, que se atira no chão sem necessidade. Prefiro Pato, quero ver mais André. Nossos gloriosos tempos de Rivaldos, Romários e Ronaldos, craques com “R” maiúsculo, sumiram. Não há nada parecido com eles.
O Brasil vai sofrer. O setor defensivo está ok. Falta afirmar o ofensivo. Mano Menezes espera PH Ganso. Ele pode ajudar no equilíbrio que a Seleção não vai encontrar com Robinho e Ronaldinho.

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