terça-feira, 2 de novembro de 2010

POR TONY FONSECA

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Li, com um pouco de nostalgia a linda postagem sobre o Museu do Surf de Cabo Frio. Nem diria "Nostalgia" mas sim "tristeza", amigos. Mais uma vez não vi o nome Tony Fonseca sendo citado nem uma vez na reportagem carinhosa que nosso blog postou. Ora, senão, vejamos; Sou (alguém
tinha que ser, certo?)o mesmo Tony das Tony Surfboards dos anos 60/70 . A convite do Con Colburn (Havaí e Los Angeles) fui shapar na Califórnia e de lá trouxe a marca das CON surfboards (BUTTERFLY COLECTION)e fundei a TONY SURFBOARDS.
Foi o museu do Sr Telmo Morais que me trouxe para Cabo Frio. Soube por um amigo que algumas de minhas milhares de pranchas, espalhadas pelo mundo, estavam no museu da cidade. Morava em Macaé à época, onde os filhos de Silvio Lopes, então Prefeito, iam sempre à minha oficina comprar e trocar suas pranchas. Corri para Cabo Frio. Aqui encontrei vários amigos, como o Joca MArola, velho amigo das ondas e outros, e não pensei duas vezes: Mudei para cá. Uma CON, uma KAMAAINA e cerca de uma dezena de TONYS, inclusive a que eu surfava em 1970, foram as pranchas que o Museu do Surf guardava e exibia em maravilhoso estado de conservação. CHORAMOS, eu e Telmo em nosso reencontro. Meio século nos separava da minha época de cabelo loiro, músculos fortes e toda a alegria que eu pensava reencontrar em Cabo Frio. Mas frio mesmo foi o Telmo Morais. Ele nunca falou de mim a ninguém. Não podia. Afinal, o mais velho shaper ainda atuante
(sim, amigos, ainda faço pranchas lá no Peró, na oficina do amigo JOCA!) era o mesmo TONY FONSECA da LAGOS TV, amigo de Alair Corrêa, por ser amigo de Cabo Frio e ninguém pode "servir a dois deuses ao mesmo tempo". Minhas pranchas estão lá; bem guardadas e lindas como todas as outras da época, pois como o Telmo mesmo pode exibir em velhas edições das primeiras revistas de surf brasileiras, o Tony ensinava a todo o mundo os segredos que aprendera na terra do surf.
Pena que isso tenha acontecido; nas inúmeras reportagens em que o valoroso curador Telmo Morais aparece, ele não cita meu nome. Passa até por bobinho, pois esse nome, junto com os de outros poucos pioneiros, é muito conhecido. O Telmo poderia poderia dizer que tem orgulho de me conhecer e de ser até o responsável por ter me atraído para a cidade, mas isso, com toda a certeza, lhe traria problemas. Quem sabe, o Museu do Surf poderia perder mesmo a pouca cobertura que a prefeitura lhe dá. Oxalá, na nova era que se aproxima no horizonte (DEUS EXISTE!), o Museu do Surf e o próprio esporte das ondas vai ganhar muito. Como dizia o profeta LULU SANTOS: "Nada do que foi será, igual ao que a gente viu há um segundo"

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