Alviverdes e tricolores ficaram felizes. O Fluminense aproveitou o clima tenso do Palmeiras e ganhou a partida em Barueri por 2 a 1, resultado que manteve o clube na liderança do Campeonato Brasileiro, agora com 68 pontos – precisará vencer o já rebaixado Guarani na última rodada para levar a taça depois de 26 anos.
Os jogadores do Palmeiras certamente irão querer esquecer o jogo deste domingo em Barueri. Não pelo resultado, mas pela pressão da torcida. As principais organizadas do clube se uniram e exigiram a derrota para o time de Muricy Ramalho. O coro de "entrega" ecoou pela Arena Barueri.
O técnico Luiz Felipe Scolari colocou em campo sete titulares. O treinador não deu férias antecipadas para o grupo mesmo com a queda na Copa Sul-Americana. Felipão ainda chegou a repreender alguns torcedores que estavam atrás do banco de reservas por pedirem para o time entregar. "Não me interessa quem vai ser campeão, vamos jogar igual", afirmou o treinador palmeirense antes do apito inicial.
O Fluminense colocou em campo o seu "quarteto mágico" com Deco, Conca, Fred e Emerson. Porém, foi o Palmeiras que abriu o marcador, para irritação de sua própria torcida. Aos quatro minutos do primeiro tempo, Dinei pegou na bola como raramente faz e acertou as redes de Ricardo Berna. O atacante marcou seu segundo gol com a camisa alviverde, mas não deve querer guardar de recordação os "elogios" que ouviu da torcida palmeirense, que gritou: "Ei, Dinei, vai tomar no..."
Os únicos que comemoraram o gol do Palmeiras foram os corintianos. O repórter Rafael Vergueiro, do estadão.com.br, presente no Pacaembu, disse que a torcida fez uma enorme festa ao saber do gol de Dinei.
Dinei não foi o único que sofreu. Deola fez uma partida fantástica e salvou o Palmeiras diversas vezes. E cada vez que impedia um gol do Fluminense, a torcida nas arquibancadas ofendia o goleiro e o ameaçava caso não deixasse a bola passar. A pressão foi tanta que os torcedores arremessaram garrafas d’água dentro de campo, o que deve ser relatado pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio.
A Arena Barueri só "explodiu" em alegria aos 18 minutos do primeiro tempo. Após receber passe na esquerda, o lateral Carlinhos chutou cruzado e acertou o ângulo esquerdo de Deola. Um golaço, comemorado por tricolores e palmeirenses. Desta vez, os gritos foram contra o Corinthians.
Muricy perdeu Deco, machucado, que saiu do campo aos 31 minutos. Tartá entrou em seu lugar. O Tricolor das Laranjeiras continuou melhor e perdeu mais uma grande oportunidade aos 38 minutos. Em cobrança de falta de Conca, Fred finalizou e Deola espalmou. Gum completou, mas o goleiro palmeirense novamente evitou o gol.
Os jogadores do Fluminense retornaram para o segundo tempo já sabendo que o Corinthians ganhava com tranquilidade do Vasco. Por isso, eles se lançaram ao ataque. O Palmeiras, sem ter objetivos no Brasileirão, voltou mais relaxado e poucas vezes atacou. O atacante Kléber passou o jogo sem chutar uma bola à meta de Ricardo Berna.
O Palmeiras não teve como resistir à pressão. Aos 13 minutos da etapa final, Emerson avançou pela esquerda e finalizou. Deola mais uma vez fez bela defesa ao espalmar para o meio. Mas Tartá pegou o rebote e guardou a bola no canto direito. Um gol comemorado exaustivamente pelos tricolores e alviverdes nas arquibancadas.
Mesmo perdendo a invencibilidade na Arena Barueri após 11 jogos, o Palmeiras parou em campo. Nitidamente com medo da cobrança da torcida, os jogadores passaram o resto do segundo tempo com o "freio de mão puxado". Foi tudo o que o Fluminense queria. O resto do jogo foi só festa para a torcida, que sonha em festejar no próximo domingo no Engenhão seu segundo título na história.
PALMEIRAS - 1 - Deola; Márcio Araújo, Maurício Ramos, Leandro Amaro e Gabriel Silva; Pierre , Tinga e Marcos Assunção (Fernando) e Luan (Lenny); Kléber e Dinei (Vinícius). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
FLUMINENSE - 2 - Ricardo Berna; Mariano, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Valencia, Diguinho, Deco (Tartá ) e Conca; Emerson (Rodriguinho) e Fred. Técnico: Muricy Ramalho.Gols – Dinei, aos 4, e Carlinhos, aos 18 minutos do primeiro tempo; Tartá, aos 13 minutos do segundo tempo; Público - 11.291 (pessoas); Renda - R$ 393.596,00; Árbitro -Wilton Pereira Sampaio (DF); Local - Arena Barueri, em São Paulo (SP).
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